domingo, 12 de agosto de 2012

Então as mãos ficam pequenas demais para conseguir segurar. Os pés parecem menores do que o normal e achamos que não suportará o nosso peso. O estomago dá um nó. As mãos que parecem pequenas para se segurarem, agora, enfrentam com mais uma dificuldade, elas estão suando. A boca fica seca, os olhos inquietos. O coração trepidante dentro do peito. Pulmões contraídos. O ar parece mais denso, parece que respirar se torna a tarefa mais difícil. As correntes elétricas dos nossos corpos parecem mais bruscas. Suor e correntes elétricas, não podem dar certo. Entramos em curto. Eu entrei em curto. Meu sistema nervoso todo danificado. 
Os dias demoram passar, ou passam rápido demais. Tudo parece ter mais sentido. Mas quando tudo isso acaba um rombo fica. E é disso que eu tenho medo. De que o curto não tenha apenas afetado meu sistema, mas o cardiovascular, principalmente o coração. Clichê demais, eu sei. As noites mais baças. O sol se torna tão quente, tão mais próximo. Os sonhos constantes, a gente fica vulnerável. A gente deixa de ser racional e se torna idiota, porque é assim que acontece, a gente conhece alguém, beija, faz o que tem que fazer. O cara é legal, tem um papo descontraído e pronto! A gente quando se dá conta já está com as mãos suando, só de pensar na noite anterior que teve com ele. Era pra ser mais uma saída qualquer, mais uma boca a ser beijada. Porém aquela boca, disse tantas coisas que te fizeram esquecer aquele amor que te feriu durante meses, que a gente se deixa levar. Aquela boca soube como tocar a sua pele, gostou do seu gosto tanto quando você gostou do da dela, que você esquece o passado, o presente e futuro e só pensa na boca. Nas palavras que saíram daquela boca. No gosto daquela boca.
Um zumbido que não cessa. Uma esperança que surge, ou ressurge. A gente espera por tanto tempo por alguém assim, assim que tem a boca mais gostosa do mundo, que deixa de lado o resto, que deixa um pouco de pensar nas dores. A gente é assim. Somos seres quase sempre adaptáveis. E beijar, e poder sair um pouco do mundinho que construímos, é se adaptar que podemos viver sem sentir dor, ou melhor, dizendo, é nos adaptar ao mundo que deixamos de viver, pela dor ser maior ou sermos covardes de enfrentar um novo mundo sem deixa doer. As músicas ficam sempre com um apelo romântico. É ruim. É bom. Na verdade dá medo, medo de que tudo possa se repetir. Porque ler sobre romances não é a mesma coisa do que vivê-los. Porque a gente só gosta de ler aqueles que têm finais felizes, e camarada, na maioria das vezes viver pode não ter um final feliz, pode ter um final que é o certo, porém nem sempre o que é certo, é o que nos faz feliz. É difícil de encarar os fatos, mas temos de ser assim, realistas. O café esfria um casinho também pode esfriar.
O irracional deixa de ter controle sobre nós. E ficamos repetindo os momentos. Repetimos a noite de terça-feira, ou quarta-feira. Aquela noite que a sua boca esteve na dele, ou a boca dele esteve na sua, estavam tão juntos, tão pressionados contra um muro de arrima que nem se deram conta que ocupavam lugar de apenas um corpo. Foram quantos dias de conversa solida? Poucos… E é estranho, esses poucos, serem tão memoráveis. É estranho não deixar fluir novos pensamentos, não conseguir pensar em coisas novas. É meio doentio, deixa se prender há alguns momentos tolos. E a gente se sente mais uma vez num solo desconhecido, só que dessa vez é pior, temos os nossos pés encolhidos e não sabemos como caminhar. De fato é um novo mundo, um novo solo. Sempre amando, sempre deixando se machucar, nos permitindo sangrar, é estranho deixar se tomar por falta de pensamentos, se deixa tomar por uma corrente de felicidade. É difícil ser feliz depois que nos acostumamos com a infelicidade. É como sair num dia ensolarado e encarar as cores, depois de tanto tempo aprisionado numa caverna escura. Sentir de novo é quase que uma missão impossível, mas tão certa de que pode dar certo dessa vez. A gente fica eufórica. A gente não é consciente. 
Eu não sou consciente mais. Eu tinha um amor que me fazia doer e você, tornou tudo tão mais fácil. Eu sei, você é meu solo inerente e eu sou a pessoa que te explora querendo saber de tudo que há em você. Mas eu sinto medo, eu não posso gostar assim. Respirar ficar dolorido. Suportar meu peso fica uma tarefa difícil e, outra, meu sistema nervoso se danifica muito rápido. Os meus dias se tornaram longos demais quando sem você e rápido demais quando com você. É insano tudo isso. É insano me deixar arrebatar assim? Paixão. Se apaixonar. Deixar se apaixonar. Eu deixei me apaixonar por você. Todo mundo se deixa apaixonar. Mas eu não deveria, não agora, não por você. Não sei, sempre tenho um sensação de que pode dar certo, mas no fundo eu sei que pode e sei que dará errado. Não é pessimismo é realismo. E eu sou realista. Mas confesso que queria ser a pessoa mais lunática que pudesse ser. A mais irreal e sonhadora. Só para nos sonhos, sonhar com você. Eu não quero falar que você é o amor da minha vida, porque somos jovens demais, só quero dizer, que é isso, eu gastei um puta tempo, escrevendo pra você e sobre o que eu sinto, só pra gritar no final do meu texto: EU-ME-APAIXONEI-POR-VOCÊ.

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