terça-feira, 1 de julho de 2014

Crescer é um porre !

Eu me lembro de como eu via o mundo. Quando eu corria por aí, acreditando que a qualquer momento poderia voar, ir para bem alto no céu e nunca mais voltar. Sabia que iria me sujar, mas nunca deixei de brincar na terra, e as brigas com amigos não duravam mais que cinco minutos. Me lembro de quando tudo era tão grande e o mundo era um lugar que eu queria explorar, não me esconder dele. Eu me lembro, eu queria viver! Queria conhecer tudo, sair por aí a fora. Mas os anos passaram, e antes que eu pudesse perceber, o mundo começou a ser um lugar assustador demais. Descobri que os monstros andam por aí a fora, e até sorriem e dão bom dia, e alguns, acabei por chamar de amigos. A vida parecia um lugar mágico, perfeito. Nunca entendi por que alguém iria querer morrer, se todos os dias poderiam sair para um lugar diferente. Ainda mais quando grandes, sem ninguém para poder impedir. E os anos passam, e passam, e passam. Tudo e todos mudam. As intimidades e brincadeiras vão ficando cada vez mais difíceis de se conseguir, confiar alguém começa a se tornar impossível. Os amigos começam a se afastar, a amargura começa a aparecer e você é obrigado a aprender da pior forma o que é a dor. A tristeza. O abandono. Entende, a cada dia que passa, que nem sempre viver é uma grande aventura, que os filmes são só filmes, e toda a mágica do mundo é roubada quando uma criança perde a imaginação. Crescer machuca demais, mais que qualquer coisa. Fortes são aqueles que conseguem passar por isso, sabendo que tudo vai piorar e os amanhãs são cada vez mais escuros e impossíveis de se decifrar. Você perde a inocência, ganha a amargura. Perde a esperança, ganha a desconfiança. Perde os sonhos para ganhar a realidade, que troca ridícula.

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