segunda-feira, 28 de julho de 2014

"Reescreva-se. Republique-se. Reinvente-se. E transforme-se na melhor edição feita de você."

"Demora, mas uma hora a gente aprende, eu acho.Pelo menos a gente tenta. Cada um tem seu ritmo, sua hora, então pra quê tentar se adequar, se encaixar no ritmo dos outros?Nunca dancei de acordo com essa música, meus passos sempre foram diferentes; o que me levou a acreditar que eu estava dançando errado.Eu só não sabia que minha música não era a mesma que a do resto.Essa tal de cobrança é realmente algo muito estranho. Essa pressão pra ser o que os outros são (não que eles de fato sejam), seja lá o que eles forem. Pega meu passado, desembrulha e jogo logo fora, porque se for pra analisar, ele não presta. Eu não presto.Essa caneta tinteiro com que eu tentava escrever minha vida borrou tantas, tantas vezes o papel. A imagem final parecia tão suja e inútil, pra quê ficar com algo assim? Melhor jogar no lixo, tem páginas melhores por aí.O problema é que esse livro é o único que eu tenho, e não é fácil assim me desfazer dele.Porém, a confusão maior é fato de que, caramba. Mesmo sujo e feio, é meu. É uma parte minha. Meu passado, algo que não dá pra separar. Por que eu deveria me envergonhar disso?Ah, é. A chata da cobrança.Se me perguntam, não nego, mas não digo. Omito o máximo que posso, minto se precisar. É que, quando as coisas não saem do jeito que eu quero, acabam parecendo um problema maior do que são.Os remédios não foram só remédios.O abandono não foi só abandono.As mudanças, ah, as mudanças. Não foram só isso.Tem sempre uma dor maior no que não foi dito, mas não dá pra conversar sobre uma coisa assim, tão casualmente.Mas talvez esse seja o melhor jeito ou melhor talvez o único.Eu caí, e quebrei as pernas e a cara algumas muitas vezes. Por isso não dá pra acompanhar o ritmo dos outros.Eu caí,  me quebrei e me estabaquei no chão outras vezes.Voou sangue pra todo lado.Por isso sujei essas páginas enquanto escrevia esse livro.Ninguém precisa compreender. Até porque não dá pra explicar; Mas a minha marcha quem faz sou eu. Demora, mas um dia eu chego lá, mesmo sozinha. Eu acho. o caminho pode ser longo e complicado, mas eu sei e acredito que no final do meu percurso tudo vai ter valido a pena."

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