sábado, 26 de julho de 2014

Errar pra aprender!

Eu sinto falta da leveza na alma, do riso frouxo, solto, descompassado. Sinto falta da gargalhada rouca, dos amores loucos. Sinto falta de um espírito exultante em felicidade, sinto falta da alegria que me era tão sólida. Sinto falta de mim, do que fui e não sou mais. Sinto falta de tudo aquilo que ainda não viví aprisionado à solidão. A vida vai passando e a gente vai cansando de tudo o que não nos completa mais, querido. As roupas encolhem, o tempo se encurta, tudo muda e muda de novo até que um dia nós possamos aprender que nada é para sempre. Que contos de fadas não são reais, o príncipe tão esperado jamais chegará. E eu esperei. Esperei dias, meses, anos. Te esperei. Juro com toda a verdade que me cabe aqui, que te esperei até que o último átomo de mim fosse exaurido pela espera. Pelo aguardo de algo que jamais me apareceu. Mas com mudanças, e modificações mesmo que mínimas na rotina, a gente sempre amadurece. Endurece o coração, e firma os objetivos em solos pesquisados. A gente logo assimila que tudo tem que ser friamente calculado para que nada nos machuque. Não da mesma forma que fomos machucados um dia, em um passado quase esquecido. Mas acontece que mesmo diante de conselhos, dogmas, mantras, rezas brabas e intensas, a gente pisa em ovos, pisa na bola, chuta o pau da barraca e erra. Erra pelo simples fato de saber que só se aprende errando. Mesmo não aprendendo. Mesmo fechando a boca nos adventos da vida, e atemorizando-se diante das entempéries que nos assolam a calma. Mesmo que os anos se passem, o tempo ruja ao sabor da espera, que a rotina mude, se transforme, e os sentimentos reformulem-se. Não há maneira melhor de aprendizado que o erro. Porque ele, e somente ele nos coloca diante do que somos, e do que devemos ser. Porque errar é escrever a caneta, algo que se almeja entregar. É cerrar os punhos e se dispor a compreender, realmente, do que se trata cada adversidade que nos é imposta. E de tudo isso, o que trago para mim, de essencial, querido, é que eu errei. E errei feio em procurar em você, tudo o que eu poderia encontrar em mim.

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