quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Fomos metades opostas !!

Tenho problemas com a tal compatibilidade. Eu escrevia milhares de roteiros para filmes na minha cabeça. Meu forte era inventar sonhos para as pessoas, tentar lembrar-me da vida antes de meus três anos e assistir filmes romanticos. Meu objetivo era simples e inteligível; queria um ateliê de costura, minha moda para milhares de mulheres mundo a fora, vestidas com meu gosto e aparência, não que eu achasse que vestia roupas incrivelmente bonitas, mas o foco era minha vasta criatividade quanto a misturar uma camiseta a mil maneiras em diversas outras peças. Modéstia a parte, sou boa nas coisas que gostava e gosto de fazer. Eu não faria uma faculdade, talvez não por profissão, mas porque seria uma diversão e tanto aprender história, quanto à parte de mitologia grega ou nórdica. Meu futuro se resumiria a morar em um apartamento pequeno, com um ou dois cachorros e um gato, centenas de discos para as noites mal comportadas. Do outro lado do mundo, para começar, existia Ele aquela alguem sabe.que passava pela vida viajando, que nos seus domingos so sabia dormir,gostava de filmes de terror e banhos de pelo menos duas horas. Odiava livros, não se importava com a boa e velha musica feita por sábios poetas, pouco se lixava para a opiniao dos outros e so andava vestido por roupas da Calvin Klein que deixava jogadas entre seu quarto.Nao sei e nunca soube quais eram suas pretençoes com o futuro. Eu menina moça vim de uma família meia boca, por assim dizer, que não chove nem molha, não fede nem cheira, ou seja lá como chamam uma família grande que não dá trabalho pra ninguém. Éramos seis, dentro de uma casa, e embora isso assustasse algumas pessoas, eu que já estava acostumada, me sentia normal. Ele vivia com a mãe, o pai  o irmão e as sobrinhas. Ele desde novo já era um problema, vinha de uma adolescência funesta, que consigo vinham; garotos, garotas, drogas, cigarros, bebidas, festas, sexo e experiências traumatizantes. Eu raramente dei problemas aos meus pais, eu até tive um fase quase parada que pensei ser depressão, mas para todos os casos, era só tédio. Sempre fui de se estressar facil, ja ele calmo como um oceano.. Eu nasci com a necessidade de descontar a raiva em qualquer coisa que se movesse. Nossas cabeças pensavam totalmente diferentes. Eu sempre quis algo novo, algo libertador.Sempre tive em tese aquela frase da lei de retorno que tudo volta, mas desacredito que isto seja realmente verdade. Em outras palavras, deveríamos gastar o tempo buscando novas soluções, ao invés de repetir os mesmos hábitos para chegar aos mesmos resultados.Eu achava que o foco principal era apenas tentar, tentar, e se não conseguir, tentar da mesma maneira. Acima de tudo eu sempre acreditava em Deus.Ele pois bem nunca acreditou muito nisso. Cada um acredita em algo, de forma diferente ou igual, mas acredita, e ninguém deve mudar a opinião ou a cabeça de ninguém, mesmo que essa pessoa queira isso. Todos têm direito de ser e crer. Ele era jovem, porém experiente e sábio, sabia responder questões de ciência e matemática em minutos, mas quanto à tese “sentimentos”, sua mente fugia. Ele não sabia lidar com rejeição, com amor platônico, com falta de carinho ou dor. Eu, por outro lado, desde meus livros de romances aos de mistério, aprendi a lidar com as minhas paixonites pelos personagens feitos para o leitor morrer de amor. E por longos anos também aprendi a conversar comigo mesma, sem amigos ou companheiros de classe, sem um cara ou garota para partilhar afeto. Um dos maiores problemas entre Ele e eu, era a diferença irreconciliável quanto ao meu mundo pequeno, e seu mundo infinito. Ele sempre viveu em vários lugares, fisicamente, e mentalmente. Seus passos foram longos, enquanto os meus geralmente eram contados. Eu vivia só, sem muito, com esperanças de continuar assim. Ele queria mais. Nós queríamos, diferentemente um do outro, cada um com um destino desigual e próprio para si. Apesar da grande rivalidade e de conceitos diferentes, de opostos tão grandes que mal cabia em nosso universo, Ele e eu éramos um só. Ele era a parte de mim que não deixei sair, mas que se manifestava. Ele tinha sua vida e eu a minha, e vez ou outra discutíamos quando não havia nada mais para fazer. Ta aí uma coisa que concordávamos de maneira normal. Quando brigávamos, estávamos fazendo a mesma coisa pelo mesmo motivo, porque ambos queríamos. No fundo não combinamos 99,9% apenas. Levando em conta que Ele nunca existiu fora de mim, e que Ele é minha outra metade; ainda consideremos o fato que nós dois somos o perfeito Yin-Yang de rosas e pregos. mas fomos hoje deixamos de ser,agora eu sou apenas eu e ele continua bem sendo sempre ele mesmo.

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