quarta-feira, 27 de março de 2013

"Amor não tem ponto final só reticências.”

Eu estava quieta, só ouvindo. Estou sempre aqui disposta sendo ouvinte das minhas amigas uma delas sempre se queixando, pela trigésima vez, do seu namoro caótico, dizendo que não sabe por que ainda estava com aquele idiota etc, etc. Estava planejando terminar com o cara de novo,mas  a gente sabia o quanto essa mulher sofre longe dele. Eu ate me divirto diante desse relato mil vezes já escutado: adoro histórias de amor meio dramáticas.Outra sempre reclamando do ex e dizendo que nao quer mais amar ninguem. Foi pensando nessas loucas e revendo conceitos então que li a seguinte frase : “ Às vezes ficamos mais presas a um amor quando ele termina do que quando nos mantemos na relação”. Tacada de mestre. A partir daí, comecei a debater essa inquestionável verdade: em determinadas relações, ficamos muito mais sufocadas pela ausência do homem que amamos do que pela presença dele. Creio que vale para ambos os sexos, aliás. Um namoro ou casamento pode ser questionado dia e noite: será que tem futuro? Será que vou segurar a barra de conviver com alguém tão diferente de mim? Será que passaremos a vida assim, às turras? Óbvio que não há respostas para essas perguntas, elas são feitas pelo simples hábito de querer adivinhar o dia de amanhã, mas a verdade é que mesmo sem certificado de garantia, a relação prossegue, pois, além de dúvidas, existe amor e desejo. E isso ameniza tudo. Os dois estão unidos nesse céu e inferno. Até que um dia, durante uma discussão, um dos dois se altera e termina tudo. Alforria? Nem sempre. Aí é que pode começar a escravidão. Minha amiga dramatica, aquela que tem uma  relação iôiô, perde o rumo cada vez que "termina" com o namorado. Aí mesmo é que não pensava em outra coisa. Só nele. Não conseguia se desvencilhar, mesmo quando tentava. Todas as suas atitudes ficavam atreladas a esse homem: queria vingar-se dele, ou fugir dele, ou atazana-lo – cada dia uma decisão, mas todas relacionadas a ele. Só quando reatavam (e sempre reatam) é que ela descansava um pouco desse stress emocional e se reconciliava com ela mesma. Eu nunca havia analisado o assunto por esse ângulo. Sempre achei que a sensação de asfixia era derivada de uma união claustrofóbica e a sensação de liberdade só era conquistada com o retorno à solteirice. Mas o amor, de fato, possui artimanhas complexas. Minha amiga lamento te decepcionar mas eu tambem sou assim nao consigo me desprender do passado nunca .Espero que la na frente possamos acabar com essas nossas relaçoes tumultuadas e poder estar  vivendo uma relação quem sabe mais madura e serena. Quem sabe a gente resolve de uma vez essa inversão de sentimentos que explica tanta angústia e tanta neura. Por que temos urgência de abandonar um amor pelo fato de ele não ser fácil? Quem garante que sem esse amor a vida não será infinitamente mais difícil? Às vezes é melhor uma rendição do que fugir de um amor que não foi vivido até o fim. Foi isso que aquela frase que vi quis me dizer me explicando que não se deve antecipar o término do que ainda não acabou, espere a relação chegar até a rapa, e aí sim The End.

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