domingo, 14 de julho de 2013

Pouco a pouco meu coração vai perdendo a Fé..♪

Eu sei o quão enjoativo soa a minha mania autodestrutiva, mas a dor me corrói e me explode de dentro pra fora. Sentir o pulsar das veias, e o gosto metálico na ponta da língua. O rastro de sangue no queixo, um vermelho tão vívido em contraste com a carcaça podre. Os lábios rachados e roxos pelo frio que tenho prazer em sentir. E eu não sei aparentar outra coisa se não o desgaste dos ossos que rangem até mesmo nos movimentos mais lentos, da alma negra que aos prantos está pela ausência de um Sol que a esquente e a ilumine. Viver só dos reflexos lunares não basta, quando a derme esfria e o calor aumenta, a febre estreia e o corpo enfraquece. A Lua tão bela não supre as minhas necessidades corporais. Então lhe digo, Sol, eu aceito-te, mesmo que a visão entre em chamas, e as rugas revelem-se e escondam-me a identidade. A luneta me mostra as constelações de forma mais clara, porém não guia a minha jornada, e nunca soube como me orientar a partir das estrelas. Danço freneticamente sobre os destroços do último conflito, invento os meus passos macabros e a melodia de notas graves e agudas que me agonizam os movimentos. Não há escapatória para si, somos o veneno e o antídoto. Cortar-se com as garras nossas e morder a própria língua, auto infectar-se com o vírus, repetidamente, sem pausas. Os anticorpos não reagem com a mesma intensidade, porque a doença se aperfeiçoa e os remédios são drogas que me enlouquecem. Estranho a minha incompatibilidade comigo mesmo e o desejo sádico pelo próprio caos, sou subtração e sinal negativo, porém detesto a matemática. A desgraça me é. Quem me lançou ao inferno foram os meus monstros, tomados pela obscuridade da dor, o lado mais amplo da vida sorrateira, a morte. No mais inaudível momento é onde deixo que os meus ecos vagueiem, na mais profunda aresta a minha voz se abriga. A salvação que quando me procura, me escondo na escuridão dos olhares tortos, e me desintegro na imensidão fosca. A tristeza me consome, me traga como um cigarro barato, e eu me agarro à isto, ao vício pelo que se afunda e não emerge de volta à superfície.

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