domingo, 8 de julho de 2012


Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo em que acredito, não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe, seja linda ainda que triste. Que as pessoas que eu amo seja pra sempre amadas, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo, não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor. Apenas respeitadas como a única coisa que resta a uma mulher inundado de sentimentos. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. Que essa tensão que me corrói por dentro, seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância. Por que metade de mim é a lembrança do que fui.. A outra metade eu não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba. E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer. Porque metade de mim é platéia, e a outra metade é canção. E que a minha loucura seja perdoada.. Porque metade de mim é amor, e a outra metade também.

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