quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Isto e apenas um desenlace!

Murmúrios. Meus lamentos são como a chuva que escorre fria pela medula da janela. Desejo tanto teu sofrimento, mas te ver agonizar é um martírio desnecessário. Perdição é o que percebo quando noto que me abandonei em minha loucura. Mas o que esperar de alguém que nos deixa para se aventurar em um mundo esquizofrênico. Só pude esperar que meus pés me levassem para a frente e me fizessem seguir adiante. Escrevi diversas cartas para ti com palavras bonitas, mas nenhuma delas me correspondeu. Eram apenas eufemismos tentando de forma errônea descrever o que eu sinto. Rasguei aquela carta e escrevi uma outra, cheia de palavrões e expressões chulas, essa sim me descreveu. Eu sou isso, um palavrão pesado e absurdo. Um ser descabido e desmedido na proporção do desencontro, dos atos perdidos e distorcidos. Definitivamente não sou palavras bonitas que te acariciam nem um adjetivo que te enfeita. Sou um verbo que te devora, que soletra a tua alma de trás pra frente exibindo o teu descaso insolente. Estou escrevendo essa última carta para chegar ao desenlace dos nossos casos e acasos. É cansativo viver cambaleando em tuas margens quebradiças. Vou te sufocar no meu peito , rasgo o véu encobrindo a noite imaculada. Meu infinito nunca verás. Pegue sua coleção de injúrias e faça logo um jantar. Chame  todos os teus pesadelos, servirei de sobremesa meu coração. Vá e não olhe pra trás, o abismo está comento teus passos, não há como voltar. Sugo a alma pelas tuas costas atrevidas e caminhantes, silhueta de um amor intolerante e dissolvido. Então pare e verás um arcádico de mentiras e saudades, tateados pelos dedos de meus olhos sem fundo. Melhor não, deixe-me colocar aqui um ponto final. Tu não vales o próximo verso, que de tão obsoleto desapareceu, foi consumido pelo nanquim da pena que tenta voar. Te fecho, te absorvo, te elimino, de agora em diante tu não és mais nada alem de uma página arrancada e desmarcada da história da minha vida.

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