quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pode falar eu nem ligo..♪

Sabe, por muito tempo em minha vida, eu quis quantidade e não qualidade. Me forçava as pessoas. Tentava agradar, estar perto sempre, ajudar no que pudesse e errei nisso. Não pelo que eu estava fazendo, mas por fazer isso pelas pessoas erradas. Não que fossem pessoas ruins, eram apenas as erradas, pra mim. A maioria aceitava meus cuidados, mas eu sempre notava um olhar irritado, entediado, de sacrifício. Quando algo não é de verdade, você sabe, você sente. Não sabia dizer o que era ou não queria saber. E continuava lá. Sempre a disposição e mesmo assim sempre só. Apenas agora entendo. A maioria daquelas pessoas nunca me quiseram por perto. Eu não as cativei, eu me impus. Sabe aquela vendedora chata que te persegue, tentando te empurrar uma mercadoria que você não quer levar? Insiste, persiste e chateia até que você leve o produto, mesmo contra sua vontade? Mesmo sabendo que nunca vai usar, leva, não quer mais vê-la mendigar sua atenção. Era isso que eu fazia com as pessoas. Distribuía meu amor, carinho e tempo a primeira pessoa que passasse pela porta. Não tentava saber o que ela buscava, quem realmente era. Se os interesses eram compatíveis. Elas me viam como uma desesperada carente de calor humano, que por sinal eu era. E acabava sempre me sentindo abandona, traida, perdida, deixada para traz. Isso. Eu sentia que eu havia perdido algo. Só agora enxergo que é impossível perder algo que nunca possui. E essa pessoa doce, ingenua, generosa e ‘desesperada por sentir’ não morreu. Não se transformou. E também não deixou de ser idiota, porque isso eu ainda sou. E muito. Essa pessoa apenas cresceu. Aprendeu algumas lições. Mudou a direção. Se desapegou. Não porque agora repudia as pessoas, mas para se apegar a pessoas que desejem esse apego. Que o valorize. Libertei as pessoas para, enfim, me libertar. Agora quem quiser se achegar a mim, será por conta própria e auto risco. Cuidar de mim, me amar, fazer o impossível só pra me ver sorrir…tudo isso serão medidas obrigatórias. Porque, acredite, eu vou fazer o meu melhor por elas. Se não for pra ser assim, não será. Não vou mais me doar de corpo e alma para receber migalhas. Ou me tem por inteira, ou não me tem. Isso se chama amor próprio. Quero pessoas ao me lado, mas quero que elas sintam prazer por estar lá. Enquanto isso não acontece vou ficar aqui, curtindo minha própria companhia. Parei de me lamentar. É como dizem, antes só do que mal acompanhada.

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