Apenas me note !!

“Eu te entreguei tudo o que eu tinha. Do meu coração à minhas promessas. Eu nunca me mostrei toda, mas você me viu até quando eu não passava de uma alma invisível vagante. Todos sempre chegam em minha vida e logo partem. Me acostumei com partidas, mas eu jamais esperaria a sua. Eu sempre fui uma completa idiota por sentir tudo demais, mas eu nunca mudei isso em mim. Não importa a intensidade com que algo me afete, eu continuo sempre me importando. E talvez esse seja um entre os milhares de motivos que fazem com que todos desistam sempre de mim. Eu sou aquele livro com a capa feia que todos nem sequer tentam ler, e quando começam, param logo no começo. Porque todos sempre passam por mim rápido demais, e nunca reparam que eu gosto de ser notada.Eu sempre fui de deixar pra lá, mas eu nunca realmente “deixei pra lá”. Tudo sempre foi carregado junto ao meu peito, perto até do meu coração, como uma estaca que espeta a todo momento esperando pra perfurar. E aquilo sempre me incomodava, aquela dorzinha que nunca passa. Dói, dói, dói demais, mas eu sempre me acostumo. Esse é um dos meus maiores defeitos: me acostumar com tudo. Eu não deveria me adaptar assim tão rápido, desistir sem ao menos questionar. Mas é algo que, também, nunca pude mudar em mim. Mas voltando à você, meu Deus! Ah cara, você não tem noção em como doeu em mim a sua partida. Você não tem noção de quanto eu estava ali sempre por você. Eu me mostrei toda pra você, e como todos, fez promessas, juras, dizendo gostar de problemas (porque aliás, eu sou um dos grandes), e prometeu ficar ao meu lado até quando eu não merecesse. Mas agora eu lhe pergunto aonde está você. Porque eu estou cega, cega de sempre enxergar demais e nunca ter sido vista. É tudo muito sem sentido, mas é tudo o que se passa dentro de mim. E talvez você seja apenas mais um que passou por mim depressa demais a tempo de me notar. Mais um com promessas vazias e sem jeito pra abraçar minha alma cansada. Eu não sei, não foi você, mas eu continuo propícia à todas as experiências que a vida ainda vai me proporcionar. Sei que ainda passarão por mim muitos outros. E eu vou esperar, eu me conformo em esperar, pode deixar, eu me acostumo.”